No passado dia 9 de outubro, a sala Agostinha da Silva do Gabinete Português de Leitura da Bahia, pareceu muito pequena em face dos seus ilustres convidados
Estava a acontecer a 7ª Jornada Regional sobre Personagens Portuguesas da Ficção Brasileira “Portugueses de Papel”.
Logo no início da página do projeto, podemos ler:
“Não faltando razão a Ortega y Gasset(1) ao afirmar que o colonizador europeu se tornou um homem novo quando se fixou no Novo Mundo, posto que a adaptação a um ambiente diferente e a um novo tipo de sociedade e de economia, assim como o contacto com outros grupos humanos e outras culturas experiências, fatalmente o modificaram, são, sem dúvida, profundas as diferenças que, bem cedo, o separaram das populações locais. No caso português, chamam a atenção os aspectos que já no período colonial distinguiram, e até mesmo opuseram, reinóis e mazombos.”
“A figura do português emigrado para o Brasil, desde a colonização até à atualidade, tem sido amplamente estudada pela História e pela Sociologia. Tais estudos indicam, com frequência, uma polarização entre a figura do colonizador rico e explorador, que, por vezes, regressa à terra natal, e a do português pobre e rude, que se foi integrando nas camadas subalternas da sociedade brasileira. Embora se saiba que, desde sempre, a ficção brasileira inclui numerosas personagens portuguesas, o mais das vezes «emigradas» para o território americano, parte integrante de Portugal até à declaração de Independência do Brasil – ocorrida a 7 de setembro de 1822 – não se encontram, até ao momento, estudos aprofundados e abrangentes sobre o assunto.”
“Assim sendo, o Grupo de Investigação 6 do CLEPUL(2) e a Cátedra Infante Dom Henrique, do mesmo Centro, criaram um projeto que visa levantar e estudar as personagens da ficção brasileira que, nascidas em Portugal, transitaram temporária ou definitivamente para o território brasileiro, antes ou depois da separação do Brasil do Império colonial português. O objetivo principal deste projeto é a construção de um dicionário online com verbetes em que se analisa a representação das personagens portuguesas na ficção brasileira.”
“Sob a Coordenação Geral dos professores doutores Vania Pinheiro Chaves (CLEPUL), Ana Maria Lisboa de Mello (PUCRS), Jacqueline Penjon (Sorbonne Nouvelle) e Tania Martuscelli (University of Colorado), o dicionário em causa integra uma Comissão Científica formada por numerosos especialistas na matéria e congrega uma ampla equipe de pesquisadores pertencentes a diversas Instituições e Universidades nacionais e estrangeiras.”
O público manifestou um interesse acrescido nas apresentações e representações desses “Portugueses de Papel, na produção romanesca brasileira da sua origem até à atualidade.
Passava pouco das 9 horas da manhã de um sábado (21 de setembro), quando o Presidente em exercício do Gabinete Português de Leitura da Bahia (Abel Travassos), deu início ao discurso de boas-vindas aos novos sócios da entidade.
O disco solar brilhava sobre o céu da cidade de Salvador, a Praça da Piedade vivia o seu reboliço natural das manhãs de sábado, mas, dentro do Edifico do Gabinete, a atenção e a expectativa eram regra.
Além do Presidente, dos novos sócios e seus familiares, estavam também presentes os funcionários, Vice-Presidente e alguns Diretores da instituição. Ali, os discursos proferidos pelo Presidente, Vice Presidente (Luis Guilherme Pereira) e Diretor de Cultura (António Cunha), foram no sentido de evidenciar o prestigio e a responsabilidade de sermos sócios de uma instituição como esta, ilustrar a importância do Gabinete no contexto histórico de defesa da cultura e da língua portuguesa na Bahia ao longo do tempo, enquadrar as várias personagens ilustres que por ali passaram, enumerar os diversos projetos que estão a acontecer e, de outros, que se preveem que ocorram num futuro próximo, sem esquecer de enumerar as dificuldades e as necessidades atuais.
Fez-se uma visita guiada às instalações, que teve como ponto máximo, a interpretação musical ao Piano, de autores clássicos, por um desses novos sócios.
Graças também a eles, a cultura e a língua portuguesa passaram a contar com mais alguns defensores entusiastas.
Portugal precisa mais uma vez da sua preciosa atenção e ação.
Nós portugueses, estamos a ser chamados para mais um ato (e um dever) de cidadania cívica a favor da democracia: votar nas eleições à Assembleia da República que acontecerão já nos próximos 5 e 6 de outubro.
Para que se vá familiarizando (e, procurar informações sobre os programas eleitorais de cada partido concorrente nessa lista), informamos que no “Círculo eleitoral Fora da Europa” (que é o nosso), deverá ter este espécime de boletim de voto
Para os que irão votar presencialmente no Consulado a partir das 08 horas, sabem que, nesse dia, devem levar o Cartão de Cidadão.
Para os que irão votar por via postal, deverão estar a receber no seu endereço oficial (enviado pelo Ministério da Administração), correspondência para o efeito. Essa correspondência, [REGISTADA], terá também um boletim de voto e dois envelopes, sendo que um é de cor verde e outro branco [que contém instruções e endereços] que, após o voto, terão de ser devolvidos ao Ministério da Administração Interna.
Pormenor muito importante: Na eleição para a Assembleia da República, os cidadãos portugueses residentes no estrangeiro podem optar pelo voto presencial ou pelo voto por via postal, mas só se esta opção tiver sido feita até à data da marcação de cada ato eleitoral. Se não manifestou a sua opção de forma de votar até aos primeiros dias de agosto do corrente, por defeito, foi entendido que optou pelo voto por via postal.
Para votar, no boletim assinala com uma cruz a opção de voto, dobra o boletim de voto em quatro e coloca-o dentro do envelope de cor verde (sem quaisquer indicações ou documentos). Feche-o e, em seguida, dobre pelo tracejado indicado, sem dobrar o boletim de voto já inserido.
Depois, com o texto da folha de instruções voltado para si, coloque uma cópia legível do cartão de cidadão e o envelope verde no centro. Umedeça as laterais e cole conforme as dobras. Este será o envelope de envio.
Depois de tudo devidamente fechado, deve colocá-lo no correio antes do dia da eleição.
O envelope de devolução do boletim do seu voto já está pago por Portugal:
basta só VOCÊ EXERCER O SEU PODER DE VOTO E DEVER DE CIDADÃO PORTUGUÊS….
Ontem, terça-feira dia 17 de setembro de 2019, o Gabinete Português de Leitura da Bahia, teve o privilégio de ter recebido na sua sede, uma plateia muito atenta e preocupada em conhecer os pormenores dos grandes atores da língua portuguesa, tal como, as grandes conquistas cientificas marítimas.
Falou-se também muito sobre os diversos sotaques que abrilhantam e dão cor à nossa língua e, sobretudo, da importância do ato de aprender e partilhar esse conhecimento, de forma correta, para bem do futuro do Brasil e da humanidade.
Estiveram presentes cerca de 50 pessoas, entre alunos, professores e auxiliares
Gabinete Português de Leitura – Salvador, Bahia
7 e 8 de outubro de 2019
A VII edição do Encontro Luso-Afro-Brasileiro: As mulheres e a imprensa periódica, que terá lugar em Salvador (BA), durante os dias 7 e 8 de outubro 2019, no Gabinete Português de Leitura, integra as intervenções de mais de 3 dezenas de colegas portuguesas, brasileiras e africanas em torno de temas ligando mulheres e imprensa periódica.
A partir do projeto «Senhoras do Almanaque» serão estudadas algumas das figuras femininas que nele constam, durante o período em que esteve ativo (séculos XIX-XX) inclusivamente estando previsto o lançamento de alguns livros entretanto editados. Haverá ainda espaço para nos ser apresentado o próprio projeto e suas derivas por quem o idealizou e levou à prática. Não obstante, o VII Encontro será palco para conhecer e debater a presença feminina em periódicos e nalguns casos abordar muito em particular as crônicas como «Eles e Elas» ou «Modos e modas: usos e costumes», em jornais e revistas publicados em diferentes continentes como é o caso de O País, A Tarde, Voz Feminina, Cláudia, A Paladina do Lar ou O Brado Africano.
Determinadas regiões serão escrutinadas a fim de dar a conhecer as «mulheres de letras» e nesse caso lembradas serão as presenças femininas do Norte do Brasil, assim como as de determinados Estados, Rio Grande do Sul, Piauí e Bahia são disso exemplo.
Aguardamos a entrega dos textos entretanto produzidos pela(o)s colegas pois quer a seleção dos ensaios coligidos em 2018 – Real Gabinete Português do Rio de Janeiro – e 2019 – Gabinete Português de Leitura – Bahia, serão editados na Colecção Elas, a fim de serem convenientemente disseminados pelas diversas comunidades acadêmicas, literárias e outras, que neles possam ter interesse.
Aguardamos a V/ presença, na esperança de que escrita e escritoras beneficiem do nosso olhar e do debate que em Salvador conseguirmos fazer.
Lisboa – Salvador – Agosto 2019 A Comissão Organizadora
PARTICIPANTES: Acácia RIOS (Faculdade Amadeus); Algemira de Macêdo MENDES (UESPI/UEMA); Angela LAGUARDIA (CLEPUL); Beatriz WEIGERT (UÉvora); Carla NOGUEIRA (UFBA); Constância Lima DUARTE (UFMG); Eliane VASCONCELLOS (FCRB); Elisabeth Fernandes MARTINI (SME-RJ/RGPL); Erika Ruth M. CIARLINI (UESPI); Evelina Sá de Carvalho HOISEL (UFBA); Florentina Silva SOUZA (UFBA); Geórgia ALVES (UFPE); Isabel LOUSADA (UNLisboa); Jailma dos Santos Pedreira MOREIRA (UNEB); Karla Renata MENDES (UFAL); Márcia Rios da SILVA (UNEB); Maria Carlos Lino ALDEIA (CLEPUL); Maria do Carmo CAMPOS (UFRGS); Maria do Socorro CARVALHO (UNEB); Maria Lúcia BARBOSA (CLEPUL); Nadilza MOREIRA (UFPB); Nancy Rita Ferreira VIEIRA (UFBA); Nelma ARÔNIA (UNEB); Odalice Castro SILVA (UFC); Rafaella FERNANDEZ (PACC/UFRJ); Rosa Cristina Hood GAUTÉRIO (UFSC); Rosana KAMITA (UFSC/CNPq); Rosane SALOMONI (PMPA); Simone MARINHO (PMS); Teresa SILVA (UAN); Vania Pinheiro CHAVES (ULisboa); Vanilda Salignac MAZZONI (Memória & Arte/UFBA); Yurgel P. CALDAS (UNIFAP)
ESCRITORAS: ALBA VALDEZ, ALBERTINA DE LUCENA, AMÉLIA DE FREITAS BEVILÁQUA, CARMELITANA DE ARANTES, CARMEN DA SILVA, CAROLINA MARIA DE JESUS, CECÍLIA MEIRELES, CLARICE LISPECTOR, CORINA COARACI, JÚLIA LOPES DE ALMEIDA, LUIZA AMÉLIA DE QUEIROZ, MARIA FEIO, MARIA LÚCIA LEPECKI, MARIANA COELHO, MARTHA D’AZEVEDO, MYRIAM FRAGA, NOÉMIA DE SOUSA, RACHEL DE QUEIROZ, STELLA DE OXÓSSI
LANÇAMENTO DE LIVROS: – Coleção Senhoras do Almanaque: Alba Valdez (1874-1962), por Odalice Castro Silva; Anália Vieira do Nascimento (1854-1911), por Beatriz Weigert – A poética de resíduos de Carolina Maria de Jesus, por Raffaella Fernandez – ELES E ELAS (2 reimp. João Pessoa, UFPB), por Nadilza Moreira – Mulheres em Letras: diáspora, memória, resistência (ensaios, 2019, organizado por Constância Lima Duarte, Cristiane Cortes, Juliana Borges e Natalia Fontes de Oliveira), Viçosa, MG: UFV, 2019
Programação
7 outubro 09:00-09:15 – Abertura (Comissão Organizadora Local e representantes das Instituições de Acolhimento) 09:15-10:00 – Conferência Florentina Silva Souza (UFBA) – Mulheres negras na imprensa periódica 10:15-12:00 – Mesa-Redonda: A coleção «Senhoras do Almanaque» Mediadora – Nancy Rita Ferreira Vieira (UFBA)Angela Laguardia (Letras de Minas-UFMG) e Maria Lúcia Barbosa (Letras de Minas-UFMG) – Carmelitana de Arantes: um roteiro insólito entre almanaques e periódicos
Elizabeth Fernandes Martini (SME-RJ/RGPL) – Onde bate o coração: a Figueira da Foz pelos olhos de Maria Feio
Maria Carlos Lino Aldeia (CLEPUL) – O ruralismo e o bucolismo na poesia de Albertina de Lucena. Prefiguração simbólica de um mundo melhor?
Odalice Castro Silva (UFC) – Alba Valdez, nos inícios do século XX
Rosana Kamita (UFSC/CNPq) – Travessias literárias: a presença luso-brasileira de Mariana Coelho no Almanaque de Lembranças
Vania Pinheiro Chaves (ULisboa) – Um projeto luso-brasileiro: o Almanaque de Lembranças e a coleção Senhoras do Almanaque
13:30-15:00 – Sessões de comunicações Mediadora: Márcia Rios da Silva (UNEB)
Geórgia Alves (UFPE) – O retrato da identidade feminina na imprensa dos anos 60/70 a partir das crônicas de Clarice Lispector
Karla Renata Mendes (UFAL) – Cecília Meireles e a literatura em periódicos portugueses
Rafaella Fernandez (PACC/UFRJ) – Reportagens, marginálias e papéis avulsos como documentos de protesto contra a imprensa no espólio de Carolina de Jesus
Rosane Salomoni (PMPA) – Jornalista de carreira e de carterinha: a longa trajetória de Júlia Lopes de Almeida
Yurgel P. Caldas (UNIFAP) – A presença de mulheres do norte do Brasil no Almanaque de Lembranças
Beatriz Weigert (UÉvora) – Maria Lúcia Lepecki: crônicas na revista Superinteressante
Erika Ruth Melo Ciarlini (UESPI) e Algemira de Macêdo Mendes (UESPI/UEMA) – A imprensa literária piauiense: percursos históricos (1880-1930)
Evelina Sá de Carvalho Hoisel (UFBA) – Myriam Fraga na imprensa baiana
Maria do Carmo Campos (UFRGS) – Martha e o jornal, um olhar focado na imprensa latino-americana
Maria do Socorro Carvalho (UNEB) – O saber de Stella de Oxóssi na seção de opinião do jornal A Tarde
Nadilza Moreira (UFPB) – «Eles e Elas», crônicas de Júlia Lopes de Almeida em O País
8 outubro 9:00-9:45 – Conferência Teresa Silva (UAN): A mulher na imprensa angolana 9:45-12:00 – Mesa-Redonda: Mulheres e imprensa periódica 2 Mediadora – Nelma Arônia (UNEB)
Ana Maria Lisboa de Mello (UFRJ) – A visão da sociedade carioca do início do século XX nas crônicas de Carmen Dolores
Carla Nogueira (UFBA) – Noémia de Sousa, a poesia de em periódicos de Moçambique no período colonial
Jailma Pedreira (UNEB) – A cronista Rachel de Queiroz: apropriando-se da escrita de si
Rosa Cristina Hood Gautério (UFSC) – Um olhar para a história da imprensa feminina entressecular no Rio Grande do Sul
Vanilda Salignac Mazzoni (Memória & Arte/UFBA) – As mulheres na imprensa baiana: A tradicional revista A Paladina do Lar
13:30-15:15 – Mesa-Redonda Mulheres e imprensa periódica 3 Mediadora: Rita Aparecida Santos (UNEB/Cátedra Fidelino de Figueiredo)
Acácia Rios (Faculdade Amadeus) – Carmen da Silva na imprensa e na literatura: apontamentos sobre a construção do seu discurso feminista e a formação de leitoras
Cláudia Pazos Alonso (Oxford University) – Francisca Wood e a imprensa periódica do século XIX
Constância Lima Duarte (UFMG) – A história possível: imprensa e emancipação da mulher no Brasil no século XIX
Eliane Vasconcellos (FCRB) – «Modos e modas: usos e costumes»: uma edição anotada da coluna de Corina Coaraci
Simone Marinho (PMS) – Imprensa para Mulheres na Bahia: a normatização do feminino (1860-1917)
15:30-16:15 – Conferência: Isabel Lousada (NOVA FCSH) – Itinerários (pouco ou nada) previsíveis – elas por elas
16:15-16:45 – Lançamento de livros:
15:30-16:15 – Conferência: Isabel Lousada (NOVA FCSH) – Itinerários (pouco ou nada) previsíveis – elas por elas
16:15-16:45 – Lançamento de livros:
Coleção Senhoras do Almanaque – Alba Valdez (1874-1962), por Odalice Castro Silva; Amélia Janny (1842-1914), por Maria Aparecida Ribeiro; Anália Vieira do Nascimento (1854-1911), por Beatriz Weigert
A poética de resíduos de Carolina Maria de Jesus, por Raffaella Fernandez
ELES E ELAS (2 reimp. João Pessoa, UFPB), por Nadilza Moreira 16:45-17:00 – Encerramento (Comissão Organizadora Local)
O Gabinete Português de Leitura da Bahia teve o privilégio de receber alunos e professores da UNEB que nos procuraram, tanto para conhecerem o edifício, a sua história, a sua essência, como os projetos desta instituição.
A oficina, desenvolvida por alunos do 5º semestre do Curso de Letras da Universidade do Estado da Bahia, matriculados no componente curricular Estágio II, sob a coordenação do Professor Doutor Gilberto Nazareno Telles Sobral, terá quatro encontros de três horas semanais, através do estudo de gêneros textuais diversos, objetivando as atividades de leitura e produção textual, tendo como público alunos de escolas públicas, tal como queira tenha interesse em participar.
O Gabinete Português de Leitura da Bahia e a Câmara Portuguesa de Comércio No Brasil | Bahia, promoveram em nome da comunidade portuguesa, empresários, comunidade acadêmica e amigos na Bahia, um jantar de despedida à Cônsul Geral de Portugal em Salvador, Drª Nathalie Viegas.
Pretende-se reforçar redes de contacto e o apoio mútuo dos vários grupos da Diáspora em todas as suas geografias e formatos, agregados por áreas acadêmicas ou profissionais, ou de natureza transversal, e a valorização do papel fulcral que têm estes Portugueses que estão no exterior, enquanto plataforma de promoção de Portugal nos países onde residem.