
Apesar dos inúmeros textos já escritos e teses defendidas, que divergem sobre as dimensões da Baía de Todos- os-Santos, em verdade, a BTS descoberta é muito maior do que esta, oficial (ou oficiosa), nos dias de hoje.
Por tudo o que já lemos nos dias anteriores deste conjunto literário comemorativo, é evidente que temos em mãos um saudável e útil instrumento de verificação dos fatos históricos, que só o são se forem verdadeiros: os mapas.
NÃO SE FAZ GEOGRAFIA, ENQUANTO CIÊNCIA, SEM MAPAS.
Desde os mais antigos, desenhados em cima – dentro – de barcos; aos mais novos, decalcados de fotografias feitas por satélites, só podemos dizer da proposta de colocar a barra da Baía de Todos-os-Santos na linha que liga a Ponta do Padrão (Farol da Barra) à Ponta do Garcez (atrás da Ilha de Itaparica), como um exemplo do jeitinho brasileiro para economizar, fazendo a economia da porcaria. A linha reta da Ponta do Padrão para a Ponta do Garcez, tangenciando a Ilha de Itaparica é o que na gíria popular se diz ser e se cultiva como uma “forçação de barra”, com o único objetivo de cultivar a pobreza (gastar menos e ganhar menos). Em outras palavras, mais elegantes: “um recurso gráfico para enganar ignorantes”.
Embora a barra de uma baía seja uma linha reta, não deve ser qualquer linha reta, mas aquela que, no contexto cartográfico atenda o conjunto dos elementos geográficos com maior racionalidade, sem ir contra as causas do fenômeno geológico que determinou a posição de tais elementos, inclusive no entorno do que se deve enfocar prioritariamente como o “acidente”, isto é, sua causa. Em palavras científicas: não se deve registrar efeitos sem estudar causas. Ainda mais: não se faz ciência (tecnologia) apenas com figuras.
A GEOGRAFIA É FILHA DA GEOLOGIA
Consequentemente, os mapas não são apenas cartas de navegação que definem rotas, mas, sobretudo, elementos gráficos da geofísica. Sem tais estudos, não se pode/deve definir o tamanho da nossa BTS.
Adinoel Motta Maia
Foto: Rosilda Cruz / SECOM